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A Farsa do Déficit da Previdência

01 de setembro de 2017

denisedenise“Nós vamos assistir silenciosos e pacificamente, em frente a uma televisão, a usurpação dos nossos direitos?” provocou a economista da UFRJ sobre Reforma da Previdência
A professora de Economia da UFRJ, Denise Gentil, foi a palestrante do evento promovido pelo Fórum em Defesa da Previdência na noite desta quarta-feira (30), na sede do Sindisprev-RS, em Porto Alegre. O auditório ficou lotado. Diversas entidades estiveram presentes. A diretoria do Sindispge-RS foi representada pela vice-presidente, Giana Guerin, pela secretária-geral adjunta, Lenara Giron, e pelos diretores André Mesquita, Márcia Soledade, Bianca Pagnon e Gabriel Seffrin.
Denise apresentou dados recentes sobre a economia do país e enfatizou a necessidade de compreender o contexto econômico. “Isso é da mais elevada importância e o governo omite. O governo pensa a previdência a partir do gasto: ‘O gasto está subindo, precisamos cortar esse gasto’. Para Denise, o que tem determinado o resultado fiscal da previdência social é a política macroeconomica recessiva praticada pelo Governo Temer. “Não é a idade para a aposentadoria que é muito baixa, não é o tempo de contribuição que é insuficiente, não são as regras da previdência que faz com que as despesas sejam altas, e portanto temos um déficit. O governo pratica deliberadamente uma política macroeconomica recessiva, ele pratica as mais elevedas taxas de juros reais do mundo, próxima dos 7%. Em países da Europa, a taxa de juros chega a ficar negativa em momentos de depressão econômica, no Brasil, ela aumentou”.
A economista também abordou as desonerações fiscais.”O governo renuncia a recursos que pertencem aos cidadãos para empregar às empresas do setor privado que transformam isso em margem de lucro, e vão aplicar no setor financeiro felizes da vida por que essa é a maior taxa de juros reais do mundo e as empresas não tem nada a perder. Em 2017 a previsão é de que as desonerações cheguem a 284 bilhões de reais; esse governo, que diz que a previdência tem um déficit, que precisa corrigir imediatamente. E faz uma desoneração fiscal de 284 bilhões de reais e não nos dá nenhuma explicação para isso”.
“Antes de encerrar, eu queria dizer uma coisa pra vocês: o governo tem hoje, na sua conta única, em caixa,  R$1,003 trihão. Eu pergunto pra vocês: um país que abre mão, desonera grandes empresas, que promove uma série de medidas que vão implicar em reduzir receitas da seguridade social, que consegue manter em caixa 1 trilhão de reais e que tem um patamar de reservas internacionais superior a 370 bilhões de dólares, esse país está falido? Um país que tem um déficit primário de apenas 1,1% do PIB? Esse país está enfrentando uma enorme crise fiscal que justifique uma reforma trabalhista, uma reforma da previdência, uma terceirização da força de trabalho, uma lei do teto dos gastos? Tudo isso em cima de uma enorme depressão econômica que dura três anos. Três anos de desemprego, queda de salários, precarização do trabalho. E agora que os ativos estão bem baratinhos, vamos privatizar. Poços de petróleo, hidrelétricas com a Eletrobras. Esse é o projeto político de quem está no poder. A pergunta que estamos fazendo de volta é a seguinte: Nós não temos nada a dizer sobre isso? Nós não temos uma vidraça para quebrar? Nós não temos nada para reagir? Nós vamos assistir silenciosos e pacificamente, em frente a uma televisão, a usurpação dos nossos direitos? É isso que nós vamos fazer? Eu espero mais da gente”, concluiu.

 

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